Relatório do MPRJ sobre operação no Jacarezinho estava sob poder dos traficantes da comunidade
Apreensão indica vazamento dos planos da Polícia Civil, mas MP diz que documento era público
Foto: Reprodução/TV Globo
Documentos sobre a investigação da Polícia Civil que resultaram na Operação Exceptis foram apreendidos pelos traficantes da comunidade do Jacarezinho, na zona norte do Rio de Janeiro. Ou seja, essa apuração indica que houve vazamento dos planos operacionais da corporação, que terminou com 25 pessoas mortas durante o dia de quinta-feira (6). As informações são exclusivas do Metrópoles.
Desde junho de 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu operações em favelas durante a pandemia, e permite apenas ações em "hipóteses absolutamente excepcionais".
Esse suposto vazamento pode ter contribuído para que os criminosos montassem um plano de defesa e ataque aos policiais, resultando no número recorde de mortes, alega a polícia.
No entanto, o Ministério Público informou que o sigilo dos documentos foi suspenso, o que o tornou público. “O MPRJ esclarece que foi ajuizada ação penal pública 0158323-03.2020.8.19.0001, com oferecimento de denúncia nos autos do Inquérito Policial nº 025-01696/2020, em 22/4/2021, sendo recebida no dia 28/4/2021 pelo Juízo da 19ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, oportunidade em que foi suspenso o sigilo do processo, tornando públicas todas as peças processuais”.
Um levantamento realizado pelo Instituto Fogo Cruzado aponta que essa foi a operação mais letal da história do Rio de Janeiro.
“A gente fez o nosso papel ao cumprir os mandados de prisão. Cada instituição tem o seu papel. A única execução que houve na operação foi a do policial”, disse o delegado e diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada, Felipe Curi.
