Saiba quem são os sete aliados que viraram réus com Bolsonaro por planejar golpe

Primeira denúncia aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) expõe atividades do chamado 'núcleo crucial', que inclui o ex-presidente

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Saiba quem são os sete aliados que viraram réus com Bolsonaro por planejar golpe

Foto: Antônio Augusto/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) foi a maioria nesta quarta-feira (26) para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados réus por planejar golpe de Estado em 2022. Os cinco ministros votaram para aprovar a denúncia exposta pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os votos a favor foram dos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. A partir de agora, os acusados irão responder a um processo penal — que pode ter condenações com penas de prisão.

Confira o perfil dos sete aliados de Bolsonaro e o os crimes que a PGR imputa a cada um dos denunciados do "núcleo crucial", ou seja, o principal núcleo de ação na trama golpista. 

Alexandre Ramagem é deputado federal, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é delegado da Polícia Federal.

O que afirma a PGR:

Segundo a apuração, Ramagem ofereceu ajuda direta a Bolsonaro na deflagração do plano criminoso.

Ele apresentou um "importante papel", de acordo com a PGR, na "construção e direcionamento das mensagens que passaram a ser difundidas em larga escala pelo então Presidente da República" a partir de 2021.

Os investigadores concedem a ele também um documento "que apresentava uma série de argumentos contrários às urnas eletrônicas, voltados a subsidiar as falas públicas" do ex-presidente com ataques às urnas eletrônicas.

Almir Garnier Santos é almirante da reserva e ex-comandante da Marinha.

O que afirma a PGR:

As investigações apontam que o militar adotou ao plano de golpe. Em uma reunião em dezembro de 2022, o então comandante da Marinha se posicionou à disposição de Bolsonaro para acatar as ordens do decreto golpista.

Anderson Torres é ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, à época dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

O que afirma a PGR:

Nos cargos ocupados no governo Bolsonaro, Anderson Torres questionava a suposta fraude nas urnas publicada em transmissão ao vivo de julho de 2021, "distorcendo informações e sugestões recebidas da Polícia Federal".

Ele ainda atuou para implementar o plano para proporcionar os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em estados do Nordeste, a fim de evitar que eleitores favoráveis a Lula chegassem às urnas.

Já como secretário de Segurança do Distrito Federal, omitiu-se das resoluções para impedir o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

Augusto Heleno é ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional e general da reserva do Exército

O que afirma a PGR:

Assim como Ramagem, Augusto Heleno trabalhou na ajuda direta a Bolsonaro para por em prática o plano criminoso.

Ele apresentou um papel crucial na construção de ataques ao sistema eleitoral — em uma agenda achada na residência do militar, tinha um planejamento para produzir discurso contrário às urnas.

Heleno ainda seria o chefe do "gabinete de crise" gerado pelo governo Bolsonaro após a consumação do golpe de Estado.

Paulo Sérgio Nogueira é ex-ministro da Defesa, general da reserva e ex-comandante do Exército

O que afirma a PGR:

Nogueira esteve na reunião com Bolsonaro e outras autoridades, em julho de 2022, na ocasião o ex-presidente teria solicitado que todos disseminassem o discurso dele de vulnerabilidade das urnas.

O ex-ministro ainda foi para a reunião de dezembro em que o projeto de decreto do golpe; e na semana seguinte, em uma reunião com os comandantes miliares, em que ele divulgou uma segunda versão do decreto.

Walter Braga Netto é general da reserva do Exército, foi ministro da Defesa e da Casa Civil, além de candidato a vice de Bolsonaro em 2022.

O que afirma a PGR:

Braga Netto foi um dos presentes na reunião com Bolsonaro e outras autoridades, em julho de 2022, em que o ex-presidente teria solicitado que todos aumentassem suas investidas ao sistema eleitoral.

Uma reunião na residência de Braga Netto, em novembro de 2022, debateu a ação dos "kids pretos" dentro do plano "Punhal Verde Amarelo", o plano para assassinar autoridades.
Participou do financiamento da ação para matar o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, na incitação dos movimentos populares, em reuniões para preparar o plano golpista e na pressão sobre os militares que não aprovaram o golpe.

Mauro Cid é ex-ajudante de ordens da Presidência, tenente-coronel do Exército (afastado das funções na instituição).

O que afirma a PGR:

Mauro Cid participava do "núcleo crucial" junto com Bolsonaro e os outros seis denunciados. Porém tinha "menor autonomia decisória", por executar ordens do ex-presidente.

O militar ainda trabalhou como porta-voz do ex-presidente, transmitindo instruções aos outros integrantes do grupo.

Ainda, trocou mensagens com outros militares investigados para conseguir o material para pôr em dúvida o processo eleitoral.

Cid continha, no celular dele, documento datado de novembro de 2022. O material era uma minuta para ser assinada por representante de um partido político, contendo informações falsas sobre aparente fraude nas urnas.

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