Seis pacientes são contaminados com HIV após transplantes de órgãos no Rio de Janeiro
Laboratório de Nova Iguaçu apresentou exames com falso negativo para o vírus
Foto: Divulgação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério Público estão investigando a infecção por HIV em seis pacientes que receberam transplantes de órgãos no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pelo jornalista Rodolfo Schneider, do Grupo Bandeirantes.
Conforme dados técnicos da Anvisa, os exames de sangue dos doadores, realizados pela empresa PCS Laboratórios, localizada em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, apresentaram falsos negativos. O caso veio à tona em 10 de setembro, quando um paciente que havia passado por um transplante procurou atendimento médico com sintomas neurológicos e testou positivo para HIV, embora não tivesse o vírus antes do procedimento.
A análise de amostras dos órgãos do mesmo doador revelou mais dois casos de infecção confirmada. Posteriormente, outro paciente também teve diagnóstico positivo para HIV após o transplante. A Anvisa realizou uma inspeção no laboratório PCS e descobriu que a unidade não possuía os kits necessários para os exames de sangue e também não apresentou comprovação da compra dos itens, levantando a suspeita de que os testes podem ter sido falsificados.
A investigação também apurou que a contratação emergencial do laboratório foi realizada pela Fundação Saúde, ligada à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, em um momento de sobrecarga do Hemorio. No entanto, a licitação não seguiu as recomendações técnicas obrigatórias da Anvisa para centrais de transplante.
Entre dezembro e setembro, período em que o laboratório esteve vinculado ao governo estadual, mais de 500 transplantes foram realizados no Rio de Janeiro.