Editorial

Ser e estar

As transformações do mundo, hoje, vão do modo frenético ao desenfreado, e isso implica ao indivíduo aumentar sua capacidade de assimilar, consumir e compartilhar coisas

Por Editorial
Ás

Ser e estar

Foto: Divulgação

As transformações do mundo, hoje, vão do modo frenético ao desenfreado, e isso implica ao indivíduo aumentar sua capacidade de assimilar, consumir e compartilhar coisas. A terra gira mais próxima ao Sol e o calor é sentido no íntimo dos passos. O ar respirado entra quente, como uma descarada metáfora, mesmo, à alucinada dinâmica do ser e estar. 

De mitos de crises existências às frustrações diárias, mas também da gratidão espontânea ao ver o lado positivo de cada enfrentamento às súbitas revoluções pessoais, viver num Brasil em eminente ebulição requer, por certo, o controle das emoções e ações. 

As manifestações populares deste domingo, assim como aquelas há duas semanas, e todas realizadas ao longo destes últimos ano no país, são expressões desta conduta humana inquieta diante de desagravos ou incertezas. É perceptível que, independente da bandeira levantada, toma-se a rua também como uma maneira de ser ouvido e estar presente dentre aqueles cujos ânimos se exaltam por mudanças. 

O pertencimento está em jogo. Juntas, as pessoas condensam aflições e desejos – nas ruas, externa-se tudo em gritos, cantorias e movimentos corporais. Estar na linha de frente e ser combativo; estar apto a posicionar-se é ser um indivíduo político. 

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