Sérvio executado em Santos era procurado pela Interpol
Homem que é suspeito de ser matador de aluguel, utilizava identidade falsa
Foto: Reprodução
O homem executado a tiros em Santos, no litoral de São Paulo, não é esloveno. Segundo a polícia civil, Dejan Kovac, como fora identificado inicialmente, era na verdade o sérvio Darko Geisle, procurado há dez anos pela Interpol. Ele é suspeito de ser matador de aluguel.
Ele foi executado na Rua São José, no bairro Embaré, em Santos. O sérvio chegou a ser resgatado consciente pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas sofreu uma parada cardiorrespiratória a caminho da Santa Casa de Santos e morreu.
Segundo registrado no boletim de ocorrência, a Polícia Civil passou a investigar a identidade do homem logo após a execução. O homem estava em posse de um passaporte de nacionalidade eslovena, levando a polícia a acreditar que ele havia nascido no país.
Assim que os investigadores enviaram uma cópia do passaporte ao consulado, o órgão informou que ele pertencia por um cidadão que perdeu o documento em 2017. O documento, inclusive, foi cancelado. No curso das investigações, segundo apurado junto ao consulado da Eslovênia, ficou comprovado que o documento não era dele.
Com uma busca reversa na internet, usando a foto que detinha do suspeito, a Polícia Civil identificou registros em Montenegro (país que faz fronteira com a Sérvia) envolvendo a prática de homicídios múltiplos, porte de arma e de explosivos ligados à ele.
A Polícia Civil concluiu que a vítima da execução em Santos não era o esloveno Dejan Kovac, mas sim uma pessoa até então "desconhecida". Os policiais acionaram o Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) e também a Interpol.
As autoridades de Montenegro remeteram à polícia brasileira uma impressão digital do investigado, que seria um matador de aluguel. Ela coincide com a do morto no bairro Embaré. Com isso, a Polícia Civil entendeu que se tratava do sérvio Darko Geisler, um "múltiplo homicida".
Crimes no leste europeu
Desde 2014, Darko Geisler está na difusão vermelha da Interpol, sistema que permite o foragido de um Estado de ser preso em qualquer um dos 186 países filiados à organização internacional de cooperação policial.
Os policiais informam que o homem é acusado de ser “matador de aluguel” na Europa e integrante de facções criminosas. Há 10 anos ele tem um mandado de prisão internacional por homicídios múltiplos e porte de arma e explosivos.
O homem teria supostamente fugido de Montenegro ao final de 2014, logo após praticar um homicídio no país, e viajado à Bósnia. Desde então a polícia de Monte Negro não teve mais notícias. A investigação acredita que, em seguida, ele passou a se esconder no Brasil.