Setor varejista registra resultados positivos entre abril e junho deste ano
Análise é do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas
Foto: Agência Brasil
Fortemente afetado pelos impactos da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o setor varejista voltou a registar resultados positivos entre abril e junho deste ano devido aos dias das Mães e dos Namorados. Para este segundo semestre, com o avanço da vacinação, a perspectiva é de melhorar apesar da alta da inflação.
Segundo Livio Ribeiro, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), a inflação vai pressionar a renda familiar, reduzindo o poder de compra. “Houve uma retomada no primeiro semestre. A discussão é se ela volta para onde estava antes da Covid ou se cresce a partir dali. O cenário não é de contração, mas, provavelmente, de desaceleração”, disse.
Ele afirma que a recuperação completa depende do mercado de trabalho. O economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, projeta que as vendas no varejo desacelerem no trimestre corrente, com alta de 0,5%. Ainda assim, o segundo semestre deve fechar com avanço de 4,5%. Segundo um relatório semanal da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), desde a última semana de março, os shoppings registram recuperação nas vendas, com aumento no tíquete médio de compras em relação a 2020. Além disso, especialistas afirmam que o comércio de rua também vem se beneficiando.
"No segundo semestre vamos crescer porque os juros ainda estão muito baixos e o crédito, muito fácil. O consumo das famílias, puxado pelo mercado reprimido, tende a ter um crescimento de 5,2% este ano, o que vai ajudar o PIB", afirma Freitas, da CNC
Pós-pandemia
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) mapeou o consumo de 16 tipos de produtos. A pesquisa aponta que, em um horizonte de 12 meses depois das medidas restritivas, os itens que mais devem ser comprados são roupas, calçados, alimentos nos supermercados e artigos de higiene pessoal. Segundo a pesquisa, no pós-pandemia 62% pretendem aumentar os gastos com pelo menos um dos 16 itens. E 38% não pensam em gastar mais. Foram entrevistadas 2 mil pessoas entre 12 e 16 de julho.