STF julgará militares envolvidos nos atos de 8 janeiro, decide Alexandre de Moraes
Ministro autorizou ainda a apuração da autoria de eventuais crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas e Polícias Militares
Foto: Nelson Jr./SCO/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, decidiu que a Corte vai processar e julgar os atos de vandalismo ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro, independente dos investigados serem civis ou militares.
Moraes autorizou ainda a abertura de investigação para apuração da autoria de eventuais crimes cometidos por integrantes das Forças Armadas e das Polícias Militares relacionados à manifestação que resultou na depredação dos edifícios da praça dos Três Poderes.
"Em decisão anterior, afirmei que absolutamente todos os envolvidos serão responsabilizados civil, política e criminalmente pelos atos atentatórios à Democracia, ao Estado de Direito e às Instituições, inclusive pela dolosa conivência por ação ou omissão motivada pela ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignorância, má-fé ou mau-caratismo", afirmou.
Segundo o ministro, a Justiça Militar não tem competência para investigar os crimes de atos terroristas, inclusive, preparatórios, incitação ao crime, incêndio majorado, associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito), golpe de Estado, e não distingue servidores públicos civis ou militares, sejam das Forças Armadas, sejam dos Estados (policiais militares).
"A responsabilização legal de todos os autores e partícipes dos inúmeros crimes atentatórios ao Estado Democrático de Direito deve ser realizada com absoluto respeito aos princípios do Devido Processo Legal e do Juiz Natural, sem qualquer distinção entre servidores públicos civis ou militares", concluiu Moraes.