Tarcísio de Freitas afirma que Lula e aliados ainda não mostraram um plano para o Brasil
Segundo o governador de São Paulo, a atual gestão também não formou uma base sólida no Congresso
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, que no último mês tem dividido o seu tempo entre a administração do estado e internações hospitalares por causa de cólicas provocadas por pedras nos rins, afirmou, em entrevista à Veja, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus aliados ainda não apresentaram um plano para o Brasil.
Segundo ele, o que os cidadãos brasileiros viram até agora foi a reedição de programas antigos e outros repaginados. "Lula e seus aliados não tinham um plano para o Brasil e não mostraram ainda a que vieram. Vimos a reedição de programas antigos e outros que foram repaginados. Só que o cenário hoje é totalmente diferente. O que a gente quer ver ainda não foi mostrado. Como o governo vai capturar as oportunidades que estão sendo geradas lá fora? Como o Brasil pode emergir como um grande destino de investimentos e de novas tecnologias? Como a gente vai mostrar para o mundo o nosso compromisso com a solvência, o nosso compromisso fiscal, que mostre a linha da redução da despesa? Se você não reduzir despesa, lá na frente vai ter que aumentar tributo. Isso não está claro para ninguém e vejo grande insegurança nos investidores", disse, em publicação feita nesta sexta-feira (21).
Tarcísio também comentou sobre o fato do presidente também ter distribuído 37 ministérios mas não ter formado uma base sólida no Congresso Nacional. "Eles vão ter dificuldade na aprovação de medidas. Também vejo dificuldades em propostas de emendas à Constituição e propostas mais estruturais. É claro que existe disposição do Parlamento em ajudar o Brasil. Mas entendo que esse é um governo que terá muita dificuldade política, com um Parlamento mais autônomo e que conquistou o seu espaço. O governo está preso ao passado", pontuou.
Na entrevista, o governador de São Paulo ainda disse acreditar no Judiciário e que deve ser concluído a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Confio no Judiciário e confio que no final das contas ele pode e deve concluir pela inocência dele". Tarcísio não descartou a possibilidade de se candidatar à presidência em 2026, caso Bolsonaro se torne inelegível, mas afirmou que tem planos para São Paulo.
"Fui honrado pela população e tenho planos importantes para o estado. Estou focado na gestão. Muita coisa vai se consolidar no longo prazo", destacou.