Tiago Mitraud chama flexibilização da Lei das Estatais de ‘jabuti’
Medida possibilitou que Lula indicasse Aloizio Mercadante para presidência do BNDES

Foto: Câmara dos Deputados
O deputado federal Tiago Mitraud (Novo) se mostrou contrário à proposta que possibilitou que Aloizio Mercadante (PT) fosse indicado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pela Lei das Estatais, o economista estaria impossibilitado de integrar o banco porque trabalhou na campanha petista e teria que passar por quarentena.
Entretanto, o impasse jurídico foi parar no Congresso Nacional, onde a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que flexibiliza a Lei das Estatais e libera a indicação. Em entrevista à Jovem Pan, Mitraud chamou a proposta de "jabuti". “Quando fomos surpreendidos com esse ‘jabuti’, em um projeto que não tratava da quarentena, eu brinquei que o nome inclusive deveria deixar de ser quarentena”, afirmou o deputado.
“O Brasil viveu, ao longo dos governos do PT, um uso corrupto das estatais para que fossem feitas manobras de corrupção, financiamentos ilegais de partidos políticos e compras de voto no Congresso Nacional. A Lei das Estatais veio no governo Temer justamente para buscar separar a política da gestão dessas empresas. É uma lei que vigora a pouco menos de cinco anos e que agora o PT mal voltou a assumir o governo e já está sendo jogada fora essa lei, que trazia mais transparência e credibilidade às estatais”, completou.
Para Mitraud, a medida mostra “o interesse do novo governo e do Centrão em reassumir o controle político das estatais, nomeando nomes que são puramente políticos para poderem influenciar essas estatais”.