Débora é um nome próprio de origem hebraica. Era a quarta juíza da Confederação Israelita, significa “abelha”, pequeno animal voador, trabalhadora incansável e produtora do mel, que adoça a vida humana. Essa mulher, além de juíza, era uma profetiza. Ela anunciava novos tempos para os judeus oprimidos.
Sua histórica profecia anunciava que uma mulher lideraria os judeus na guerra contra os cananeus, idolatras e politeístas, e destruiria seus líderes. Sua coragem era inaudita e sua luta sagrada.
Débora ressurge na personagem de uma simples cabeleireira, mãe, destemida e corajosa. Injustamente presa e condenada a 14 anos de prisão pelo juiz Alexandre de Morais, por ter cometido o hediondo crime de escrever com um incauto batom, na estátua de Themis, a deusa da Justiça, erigida na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a frase proferida pelo atual Presidente do STF, Luís Roberto Barroso, “perdeu, Mané”!
A história vivida por essa mulher -de nome bíblico- confunde-se com a história de Débora, a Juíza israelita, cujas profecias levaram seu povo ao triunfo de suas tradições e dos seus direitos, frente a inominável opressão que submetia os israelitas.
A simbologia contida nesta história, transforma a nossa Débora numa heroína do seu povo e realça o que é capaz um regime cruel e ilegal fazer para esmagar a Constituição e as leis, a fim de prevalecer a vontade paranoica de um único mandatário.
A profecia de Débora consiste na certeza de que não há ditadura que sobreviva à confiança das nações democráticas nos valores universais das liberdades. A ordem mundial que se estrutura na conjuntura global, indica que a humanidade avança para um sistema baseado no fortalecimento do Estado Nacional, na igualdade de todos perante a lei e na livre expressão do pensamento, contraindo as tendência globalistas, que pareciam ganhar corpo alguns anos atrás.
Essa inversão tendencial é plenamente visível no declínio das políticas fundadas no politicamente correto, na redução dos financiamentos internacionais a projetos woke, nos novos arranjos políticos e militares no campo da segurança continental, combate efetivo ao terrorismo e toda sorte de preconceitos raciais, na conquista, ainda que trabalhosa, dos acordos de paz, enfim mudanças internacionais que autorizam afirmar que há boas novidades entre nós.
Todo esse contencioso positivo reverbera no nosso país. É possível descortinar no panorama internacional que as arbitrariedades cometidas em nosso sistema judiciário, a partir de nossa mais alta Corte de Justiça, tem seus dias contados.
O movimento do quadro político brasileiro induz a um processo de desmonte do alinhamento das forças políticas, às quais, cada uma a seu modo, procura outros caminhos, antecipando seus movimentos com vistas às próximas eleições presidenciais. A anistia aos presos políticos e as restrições impostas à liberdade de expressão no país revelam um isolamento crescente dos que ainda exprimem qualquer apreço ao regime, em seus dias crepusculares.
A carestia da vida, reveladora da desastrosa condução econômica do país, decretou o fim antecipado de um governo fracassado.
Débora suporta o peso das injustiças com a dignidade que falta a seus juízes, a saudade de sua família, de seus filhos menores, a solidão do presídio. A Anistia se aproxima para fazer justiça, a mesma cantada em 1979, pelos autores do seu hino, sob o título de O Bêbado e o Equilibrista, Adir Blanc e João Bosco:“mas sei que uma dor assim pungente, não há de ser inutilmente”.