Na corda bamba

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Na corda bamba

Nunca estivemos tão próximos do precipício. Há um passo da desordem, onde desaparece o bom senso e falecem todos os mecanismos que alimentam o diálogo e a compreensão entre os cidadãos. Nosso país foi convertido em um pacto de anormais, homens decididos a conduzi-lo a toda sorte de conflitos, encastelados nos cargos mais importantes da  Nação.

A ponto de perturbar o colunista na escolha de um tema. Estamos embaraçados numa teia que nos impede de salientar um fato, que melhor configure o desespero de nosso contexto atual.

Há pouco vimos o Governo da Republica no chão, obrigado a se desfazer de medida fiscal, rejeitada pela quase totalidade da opinião pública nacional. Não se tratava de um componente fiscal ou financeiro, a medida, ainda que publicada pela Receita Federal do Brasil, incorporava um teor político fatal. A crise que se instalou expressava a descrença da população nas ações do governo, a falta de crédito e confiança da opinião pública no poder governamental.

Somos uma Nação pacífica e conciliadora. Desde a guerra do Paraguai nossos soldados não comparecem aos campos de batalha e não conhecem o gosto amargo da guerra. Nos dias de hoje não desfrutamos uma paz integral, mas estamos acossados por conflitos, que se apresentam inevitáveis, tal a ameaça da Venezuela de invadir nosso território e nossas enigmáticas relações com a ditadura sanguinária daquele país.

Figuramos nos dias que correm como participantes do chamado “eixo das ditaduras”, através das nefastas alianças que o Governo brasileiro celebrou com a Rússia, a China, o Iram e os grupos terroristas sediados no Oriente Médio, atraindo e dando guarida a perigosos terroristas que transitam livremente pelo nosso território.

Nesta mesma semana, tivemos as mais estúpidas reações do Governo brasileiro às medidas anunciadas pelo grupo Meta, visando restaurar a liberdade de expressão nas suas redes sociais, medida recebida com imensa receptividade por todos que encaram as redes sociais como um dos instrumentos mais poderosos e abrangentes das democracias liberais.

A devolução provisória, por parte do STF, do passaporte do ex-presidente da república, Jair Bolsonaro, a fim de atender ao convite formulado por Donaldo Trump para comparecer à sua posse, como 47º Presidente dos Estados Unidos da América, foi negada pela suprema corte. A repercussão internacional desse fato provoca no mundo inteiro um sentimento de repulsa e, certamente, acarretará consequências, ainda imprevisíveis, para o relacionamento do Brasil com a maior Democracia existente, representativa da liderança econômica do mundo.

Sabemos, através das informações conhecidas na imprensa internacional, que o nosso país, nos Estados  Unidos e no mundo, carece do respeito e da inserção nos valores que  constituem o mundo Ocidental, condição essencial para ocupar um lugar de destaque nas contendas que o mundo atravessa, cujo deslinde poderá nos levar à prosperidade, à conservação da nossa soberania e da nossa cultura.

Nesta fatídica semana, o STF divulgou o atestado de sua inutilidade e da boçalidade de suas narrativas, ao reconhecer a inocência e absolver cinco brasileiros , encarcerados desde janeiro de 2023, por se tratarem  de mendigos, homens pobres ou miseráveis que perambulavam pelas ruas da capital federal, atrás de um pedaço de pão para mitigar a fome e que foram arrastados à cadeia sob a acusação que estavam participando de um golpe de estado, destinado a derrubar o estado democrático de direito.

Esta será a semana mais longa da história, na qual o “diabo citará as escrituras quando isso lhe convém”, como dizia o poeta William Shakespeare.

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