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Agosto Branco: Bahia registra queda de 62% nos casos de câncer de pulmão entre janeiro e julho de 2022

Apesar da queda, especialista chama atenção para a importância da prevenção da doença

Por Emilly Lima
Ás

Agosto Branco: Bahia registra queda de 62% nos casos de câncer de pulmão entre janeiro e julho de 2022

Foto: Reprodução

Criado há cinco anos, o Agosto Branco foi instituído para conscientizar e alertar a população sobre o câncer de pulmão, seus riscos, sintomas e prevenção. De acordo com evidências científicas, mais de 80% dos casos de câncer de pulmão são atribuídos ao tabagismo e tabagismo passivo, sendo o terceiro mais comum em homens (17.760 novos casos) e o quarto em mulheres no Brasil (12.440), conforme estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) 2020.

Na Bahia, de janeiro a julho deste ano, foram diagnosticados 89 novos casos de câncer de pulmão até o dia 15, sendo 40 em pacientes homens e 49 em mulheres. O número é 62,92% menos que o registrado em 2021 no mesmo período, quando foram 240 diagnósticos, sendo 129 de homens e 111 de mulheres. 

Já o número de pessoas que morreram em decorrência da doença no estado, em 2020, foi 1.306, sendo 701 homens e 605 mulheres.

Os dados foram solicitados pelo Farol da Bahia à Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), que utilizou o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), através do Boletim de Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I) e da Autorização de Procedimento de Alta Complexidade; Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Sistema de Informações de Câncer (SISCAN).

De acordo com o pneumologista Gleison Marinho Guimarães, cerca de 30% dos pacientes com câncer de pulmão no Brasil nunca fumaram, mas acabaram se expondo e inalando as substâncias presentes na fumaça do cigarro, que vai além da nicotina. "É importante lembrar que no cigarro tradicional existem mais de 4.700 substâncias tóxicas e muitas delas têm relação cardiogênica. Então, o cigarro não é somente prejudicial ao ativo, mas também oferece um grande risco de doenças ao passivo", disse. 

O especialista também pontua sobre os cigarros eletrônicos, conhecidos popularmente como "vapes". Segundo ele, esse tipo de cigarro também causa dependência e pode oferecer a inalação de várias substâncias prejudiciais. 

"A gente sabe que o cigarro eletrônico e a sua fumaça tem e oferece um risco de doenças de tabaco relacionadas. E também sabe que não é só a dificuldade e a dependência a nicotina, que é muito maior que quantidade do cigarro tradicional porque a nicotina pode ser liberada exponencialmente no cigarro eletrônico, na comparação com o tradicional, mas o eletrônico pode oferecer a inalação de várias substâncias que comprovadamente já estão descritas como oferecendo um risco para o câncer de pulmão. Já há estudos mostrando essa relação", explicou o Dr. Guimarães.

Fatores de risco e sintomas

Apesar de o tabagismo ser o protagonista do desenvolvimento do câncer de pulmão, vários outros fatores também podem favorecer o aparecimento da doença, mesmo para quem nunca fumou. Entre eles estão: a exposição a agentes químicos ou físicos, poluição, tendência genética, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica, deficiência ou excesso de vitamina A, entre outros.

Pelo fato de ser uma doença onde a maioria dos casos são descobertos no estágio avançado, os grupos de riscos, fumantes e não fumantes acabam identificando os sintomas, que são passados como despercebidos e, em alguns casos, chegam até a ser assintomáticos.

"O câncer de pulmão possui uma síndrome clínica muito variada e por isso podem se apresentar assintomáticos e o diagnóstico ser feito de forma incidental, que é quando o paciente vai realizar um raio-x de tórax, por exemplo, e recebe o resultado de um nódulo pulmonar, mesmo sem nunca ter sentido nenhum sintomas", pontuou o Dr. Gleison Marinho Guimarães.

Entre os sintomas clínicos que aumentam a chance de diagnóstico estão: tosse crônica seca, escarro sanguíneo (sangramento com tosse), dores no peito, chiado no peito, perda de peso, perda de apetite e até falta de ar, sendo os últimos três, apresentados já em estágio avançado.

"A forma preventiva mais importante de se evitar o câncer de pulmão é a incidência do uso de cigarros e agentes. Isso, indiscutivelmente, é o mais forte com relação e prevenção e redução de risco. E, além disso, claro, o controle ambiental, a não exposição de agentes químicos e poeiras. É importante também ter uma vida mais equilibrada, com a melhora da alimentação, atividade física, dormir bem", recomendou o médico.

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