Alexandre de Moraes determina desbloqueio de contas bancárias de empresários bolsonaristas
Empresários são investigados por mensagens em que cogitam golpe caso Bolsonaro perca as eleições
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro Alexandre de Moraes determinou o desbloqueio das contas bancárias de empresários bolsonaristas em despacho sigiloso de duas páginas. Há duas semanas, o próprio ministro havia ordenado o bloqueio, durante uma investigação sobre mensagens trocadas entre os empresários.
A decisão, proferida ontem na quarta-feira (15), diz que “em razão da passagem do feriado de 7 de Setembro e da efetivação do afastamento dos sigilos bancários, medida que possibilitará o aprofundamento da investigação e eventual financiamento de atos criminosos, não configura-se mais necessária a manutenção do bloqueio dos ativos financeiros das pessoas nominadas”.
O caso
No dia 23 de agosto, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação que teve como alvo um grupo de empresários que teriam defendido um golpe de Estado no Brasil caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições em outubro.
Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra oito empresários em dez endereços distribuídos entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.
As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em uma decisão no dia 19 de agosto. Moraes também determinou a quebra de sigilo bancário e oitiva dos empresários, além do bloqueio das contas nas redes sociais. Ao menos 35 policiais federais participaram da ação, que acontece no âmbito do inquérito das milícias digitais.
Afrânio Barreira Filho, do grupo Coco Bambu, Ivan Wrobel, proprietário da construtora W3, José Isaac Peres, sócio-fundador da Multiplan, José Koury, proprietário do Barra World Shopping, Luciano Hang, das lojas Havan, Luiz André Tissot, do grupo Sierra, Marco Aurélio Raymundo (Morongo), das lojas Mormaii e Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa, estão entre os alvos da PF.