‘Continuaremos seguindo, sem nunca retroceder’, diz Lula ao comentar 61 anos do golpe militar
Em 31 de março de 1964, militares depuseram João Goulart e iniciaram período regime

Foto: Agência Brasil/José Cruz
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros do governo usaram as redes sociais nesta segunda-feira (31) para repudiar o golpe militar de 1964, que completa 61 anos. Na publicação, o petista afirmou que não há caminho para um país mais justo e menos desigual fora da democracia.
"Não existe um verdadeiro desenvolvimento inclusivo sem que a voz do povo seja ouvida e respeitada. Não existe justiça sem a garantia de que as instituições sejam sólidas, harmônicas e independentes", escreveu o presidente.
Lula disse ainda que a data deve servir para reforçar a importância da democracia, dos direitos humanos e da soberania popular nas eleições, além de alertar contra "ameaças autoritárias".
"Há 40 anos, vivemos em um regime democrático e de liberdades, que se tornou ainda mais forte e vivo com a Constituição de 1988. Esta é uma trajetória que, tenho certeza, continuaremos seguindo. Sem nunca retroceder", reforçou.
Ministros como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) também criticaram o golpe e defenderam o compromisso com a democracia.
Eles ainda reforçaram a posição contrária à anistia de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando eleitores contra a vitória de Lula nas urnas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
"É preciso relembrar para não repetir. O Golpe Militar aconteceu há 61 anos, mas hoje ainda precisamos lutar firmemente em defesa da democracia, contra o extremismo e pela justiça. Ditadura nunca mais. Democracia sempre. Sem anistia", afirmou Rui.
Ditadura militar
O regime militar começou em 1964 com a deposição de João Goulart, que assumiu a Presidência em 1961 após a renúncia de Jânio Quadros.
Os presidentes do período foram: Humberto Castelo Branco (1964-1967), Artur da Costa e Silva (1967-1969), Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985).
O regime durou até 1985, quando o Brasil retomou a democracia com a eleição de Tancredo Neves, marcando o fim do ciclo militar no poder.