Doação de órgãos de Gugu Liberato pode incentivar prática em outra famílias
O rim é o órgão com maior procura
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O apresentador Gugu Liberato morreu na última sexta-feira (22), nos Estados Unidos, e havia manifestado o desejo de doar os seus órgãos. A família atendeu ao pedido e por isso foi anunciado que até 50 pessoas podem ser beneficiadas. O número surpreende, mas é possível porque, além dos órgãos, ossos e tecidos também podem ser transplantados.
O Brasil é o 23º no ranking do Registro Internacional de Transplantes e Doações de Órgãos, com a taxa de 17,7 doadores efetivos por milhão de habitantes. Os Estados Unidos estão em quinto (32 doadores/milhão de habitantes) e a Espanha, em primeiro (48,3 doadores/milhão de habitantes). No país, para realizar o procedimento, o primeiro passo é o diagnóstico de morte encefálica, em seguida a autorização da família, depois a retirada dos órgãos e o transporte adequado para que não haja nenhum tipo de prejuízo.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em 2018, o Brasil contava com 32.716 pacientes na lista de espera para receber: rim, fígado, coração, pulmão e córnea. Ainda segundo a ABTO, cerca de 43% das famílias ainda se recusam a doar, o que significa que o número de doações poderia quase dobrar se todos aceitassem.
O rim era o órgão mais aguardado, com mais de 21 mil pacientes na espera, sendo que mais da metade desses pacientes eram do estado de São Paulo. Em seguida, estava a córnea, com 8.574 pacientes. A ABTO ainda trouxe outros dados significativos sobre 2018: mais da metade dos pacientes ingressou na lista no primeiro semestre do ano passado e 1.286 morreram aguardando pelo órgão que não veio.
Apesar desses dados, o número de transplantes teve uma leve melhora em 2018, aumentando 7% no primeiro semestre em relação ao ano anterior, de acordo com os dados do Ministério da Saúde. Isso significou 1765 doadores a mais do que em 2017.