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Saúde

Doenças respiratórias se agravam com a chegada do inverno e das festas juninas

Pneumologista alerta para importância da vacinação

Por Ane Catarine Lima
Ás

Doenças respiratórias se agravam com a chegada do inverno e das festas juninas

Foto: Reprodução/Pixabay

Apesar da chegada do inverno, os baianos seguem animados para as festas de São João e São Pedro. Afinal, os festejos tradicionais foram suspensos por dois anos consecutivos por causa da pandemia. Especialistas alertam, no entanto, que o momento é de redobrar os cuidados porque o clima frio e as aglomerações podem aumentar a incidência de doenças respiratórias como gripe e Covid-19.

A pneumologista Rosemeri Maurici, da Comissão Científica de Infecções Respiratórias da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), explicou ao Farol da Bahia que diversos fatores contribuem para a circulação de doenças de vias aéreas no inverno. “O primeiro deles é que a circulação dos vírus é mais propícia nesta época do ano. Sazonalmente, eles [os vírus] têm preferência pelos meses mais frios”, disse a especialista.

“Um outro fator é que as pessoas acabam se aglomerando em espaços fechados e pouco ventilados por conta da queda da temperatura e isso, sem dúvidas, acaba facilitando a transmissão dessas infecções virais”, completou. 

As  doenças respiratórias transmissíveis como, por exemplo, resfriado, gripe e Covid-19 estão entre as mais comuns no inverno. Além delas, há uma maior tendência de agravamento de rinite, asma, sinusite e pneumonia. No entanto, os sintomas de todas elas, segundo a pneumologista, podem ser muito parecidos.

“As doenças mais comuns são aquelas infecções causadas por vírus:  o resfriado comum, a gripe, as infecções bacterianas de vias aéreas superiores ou inferiores. Mas as doenças causadas por vírus, que são semelhantes aos resfriados comuns, são as mais frequentes. Não esquecendo, claro, da Covid-19”, explicou Maurici.

“Os principais sintomas de doenças de vias aéreas superiores ou de resfriado comum são manifestações ligadas à dor de garganta, secreção nasal, espirro e tosse. Quando essa manifestação é mais pronunciada, ou seja, quando aparece febre, mal estar e fraqueza a gente já pensa em quadros gripais. E quando essas manifestações duram mais tempo e são associadas ao desconforto respiratório e a pressão torácica, a gente já pensa em Covid-19. Então, quanto mais prolongados e graves forem os sintomas, começamos a pensar em  infecções gradativamente mais importantes”, completou. 

Vírus sincicial respiratório 

O vírus sincicial respiratório (VSR), agente que causa doenças como a bronquiolite, cresceu nos últimos meses entre as crianças no Brasil. No entanto, a pneumologista Rosemeri Maurici alertou que, apesar desse vírus ser mais comum em faixa etárias mais baixas, adultos também podem ser infectados. 

“Esse vírus também causa doença respiratória, mas ele acomete mais crianças. Indivíduos adultos que tenham alguma doença respiratória crônica de base, como DPOC [doença pulmonar obstrutiva crônica], têm uma predisposição maior a serem infectados por esses vírus”, explicou Maurici.

“Pacientes imunossuprimidos ou pacientes muito idosos também são mais suscetíveis ao vírus sincicial respiratório. A gente realmente precisa se preocupar e estar atento para fazer o diagnóstico o mais rápido possível e iniciar o tratamento", completou a especialista.

Prevenção contra doenças respiratórias

A vacinação é a palavra chave para aproveitar os festejos juninos com segurança. Fortalecer a imunidade, se alimentar de forma saudável e evitar ambientes fechados com muita aglomeração são algumas dicas que, ligadas à imunização, ajudam a evitar a infecção por doenças respiratórias durante as festas.

“As vacinas disponíveis devem ser feitas, principalmente contra a Covid-19 e Influenza. Elas são muito importantes. É importante manter o calendário vacinal em dia e se proteger no sentido de evitar contato com pessoas que tenham sintomas respiratórios. Usar máscara, lavar as mãos e usar álcool em gel ainda são medidas importantes. É importante também evitar ambientes com o ar muito seco como, por exemplo, lugares com aquecedor e ar-condicionado. E, claro, as medidas básicas de alimentação e práticas saudáveis", concluiu Maurici.
 

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