Estados Unidos pedem novos documentos ao Brasil para decidir sobre extradição de Allan do Santos
Allan postou vídeo com visto nas redes sociais com dizeres “Chora, Xandão”
Foto: Divulgação
O governo dos Estados Unidos enviou um pedido formal ao Ministério da Justiça e Segurança Pública do Brasil para que o governo brasileiro envie os documentos finais sobre o caso Allan dos Santos. O objetivo é decidir sobre a extradição do brasileiro, que está na Flórida. As informações são da CNN Brasil.
O pedido chegou após Allan dos Santos usar o Instagram para debochar do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O vídeo foi postado em 16 de fevereiro e apagado dias depois após ampla repercussão. O perfil segue ativo.
Mesmo impedido por decisão da Corte de ter contas nas redes sociais, o extremista abriu seu 31º perfil e postou vídeo segurando um suposto visto de trabalho nos Estados Unidos com a legenda: “Chora, Xandão”.
É necessário ter passaporte válido para conseguir ter visto nos Estados Unidos. O de Allan dos Santos, no entanto, está cancelado pelo STF desde novembro do ano passado.
“Todos os pedidos de visto são julgados caso a caso. Para trabalhar legalmente nos Estados Unidos temporariamente como não imigrante, os trabalhadores temporários devem se qualificar para a categoria de visto disponível com base no objetivo do emprego planejado”, explicou o departamento de Estado dos EUA à CNN, sem comentar sobre o passaporte cancelado.
A documentação solicitada pelos EUA está sendo finalizada pelo Departamento de Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça, juntamente com o STF. Não há previsão de quando o MJ responderá. Com isso, o governo americano deve decidir sobre a extradição ao Brasil para que cumpra pena.
Foragido
Allan dos Santos teve a prisão determinada pelo STF em outubro de 2021, e é investigado em dois inquéritos no órgão: um sobre a propagação de fake news e outro sobre participação em milícias digitais que ameaçariam a democracia brasileira.
Ele ainda está na lista de procurados da Interpol, e sua extradição depende da atuação do Ministério da Justiça brasileiro.
Na decisão que determinou a prisão de Allan, Moraes ressaltou que existe “uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político absolutamente semelhantes àqueles identificados no Inquérito 4.781, com a nítida finalidade de atentar contra a Democracia e o Estado de Direito”.