Flávio Dino determina que PF investigue manipulação de resultados no Brasileirão
Dezesseis pessoas são denunciadas na operação do MP
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou, nesta quarta-feira (10), que a Polícia Federal investigue denúncias de manipulação de resultados de jogos do Campeonato Brasileiro.
"Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis", escreveu o ministro nas redes sociais.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) deflagrou em abril uma operação para desarticular um grupo criminoso especializado em manipulação de resultados de jogos de futebol da Série A do Campeonato Brasileiro para favorecer apostas esportivas. Até o momento, o escândalo de manipulação de jogos no futebol já tem 16 denunciados pelo órgão.
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) qualificou, em nota divulgada à imprensa, como “epidemia global” as interferências externas em partidas. “Interferências externas em resultados ou em situações de jogo são uma epidemia global que, para ser solucionada, precisa punir, de forma exemplar e urgente, os responsáveis por essa prática nefasta”, diz a nota da CBF, que também afirmou que “apoia toda e qualquer ação legal que traga transparência e lisura aos campeonatos que organiza e a todo o esporte brasileiro”.
Na operação do MP-GO, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados (Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina).
“A investigação indica que as manipulações eram diversas e visavam, por exemplo, assegurar a punição a determinado jogador por cartão amarelo, cartão vermelho, cometimento de penalidade máxima, além de assegurar número de escanteios durante a partida e, até mesmo, o placar de derrota de determinado time no intervalo do jogo. Há indícios de que as condutas previamente solicitadas aos jogadores buscavam possibilitar que os investigados conseguissem grandes lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, utilizando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar os rendimentos”, informou o MP-GO em nota.