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IBGE: Na Bahia, a cada 10 estudantes adolescentes, 6 já beberam, 4 tiveram relação sexual, 3 sofreram bullying e 2 acham que a vida não vale a pena

A Bahia era o quarto estado do Brasil com o maior contingente de escolares entre 13 e 17 anos

Por Da Redação
Ás

IBGE: Na Bahia, a cada 10 estudantes adolescentes, 6 já beberam, 4 tiveram relação sexual, 3 sofreram bullying e 2 acham que a vida não vale a pena

Foto: Reprodução / G1

Em 2019, a Bahia era o quarto estado do Brasil com o maior contingente de escolares entre 13 e 17 anos: 874.222 pessoas, a maioria delas mulheres (52,6% ou 459.731), enquanto 47,4% eram homens (414.490). Quase 9 em cada 10 estudantes de 13 a 17 anos, na Bahia, frequentavam escolas da rede pública (88,5% do total, ou 773.976), percentagem acima da nacional (85,5%). 

Dentre os estados, a Bahia tinha a maior proporção de escolares que se declaravam pretos (27,7%), mais que o dobro do Brasil como um todo (13,7%). Ao mesmo tempo, tinha o menor índice do país de estudantes autodeclarados brancos (17,9%), exatamente metade do indicador nacional (35,8%). Os pardos representavam a maior parte dos escolares baianos (43,8% do total); 5,4% se declaravam amarelos; e 4,8% se declaravam indígenas.

Salvador, por sua vez, tinha o sétimo maior contingente de escolares entre as capitais, com 124.582 estudantes de 13 a 17 anos, sendo 51,0% mulheres (63.531) e 49,0% homens (61.051). Na capital, 7 em cada 10 pessoas nessa faixa de idade estudavam na rede pública (72,9% ou 90.790).

A capital baiana também tinha o maior percentual de estudantes entre 13 e 17 anos autodeclarados pretos (33,6%) e o menor de brancos (19,5%). Possuía ainda o maior percentual de escolares indígenas entre as capitais brasileiras (5,5%). O percentual de pardos da capital baiana ficou bem próximo do de pretos (35,7%) e 5,7% se declaravam amarelos, 3º maior percentual entre as capitais.

Embora na Bahia a maioria dos estudantes entre 13 e 17 anos morassem com mãe e pai (56,3%), 3 em cada 10 (31,8%) disseram morar apenas com a mãe.

Em Salvador, a importância das mães solo era maior. Menos da metade dos estudantes de 3 a 17 anos residiam com mãe e pai (48,7%), e 4 em cada 10 (40,1%) moravam só com a mãe, 2º maior percentual entre as capitais, atrás de Rio Branco/ AC (42,1%) e empatado com Recife/PE (40,1%) e Campo Grande/MS (40,1%).  
Bullying na escola

Na Bahia, 1 em cada 3 adolescentes que estudavam disse ter sofrido bullying na escola, isto é sentiu-se humilhado/a por provocações de colegas pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores à entrevista da PeNSE (34,1%).

Foi o menor percentual entre os estados. No Brasil como um todo, quase 4 em cada 10 estudantes de 13 a 17 anos disseram ter sofrido bullying na escola, ao menos uma vez recentemente (39,1%). Tocantins (43,17%), Paraíba (41,8%) e São Paulo (41,6%) lideravam o ranking.

Tanto na Bahia quanto no Brasil, as mulheres eram proporcionalmente mais vítimas de bullying que os homens. No estado, 36,7% das escolares relataram ter sido humilhadas na escola; entre os homens a proporção foi de 31,2%.

O problema também afetava mais os estudantes da rede privada. Na Bahia, 38,9% dos adolescentes de escolas privadas disseram ter sofrido bullying pelo menos uma vez recentemente, frente a 33,5% na rede pública.

Em Salvador, a proporção de adolescentes que disseram ter sofrido bullying na escola ao menos uma vez nos 30 dias anteriores à pesquisa foi discretamente maior que no estado como um todo (35,6%), ainda assim, era a 4a menor entre as capitais.

Ficava acima apenas de Porto Alegre/RS (34,3%), Florianópolis/SC (34,9%) e Belo Horizonte/MG (35,3%). No outro extremo, João Pessoa/PB (43,4%), Rio Branco/AC (42,8%) e Porto Velho/RO (41,6%) lideravam esse ranking.

Na capital baiana, sofrer bullying também foi mais frequente entre mulheres (38,2%) do que homens (32,9%), mas praticamente não houve diferença entre rede privada (35,9%) e pública (35,5%).

A aparência era a principal causa de humilhação. Na Bahia, 15,6% dos escolares que sofreram bullying indicaram como motivo a aparência do corpo e 10,7%, a do rosto; em Salvador, 19,0% indicaram a aparência do corpo e 11,4%, a do rosto.

A ocorrência do cyberbullying foi menos frequente do que a do bullying na escola. Na Bahia, em 2019, 1 em cada 10 escolares de 13 a 17 anos (11,9%) disse ter se sentido ameaçado, ofendido ou humilhado nas redes sociais ou aplicativo de celular, nos 30 dias anteriores à pesquisa. Foi o terceiro menor percentual dentre os estados e um pouco abaixo do nacional (13,2%).

As mulheres (14,3%) relataram mais o problema do que os homens (9,3%), e os estudantes de escolas públicas (12,0%) um pouco mais que na rede privada (11,4%).

Em Salvador, o cyberbullying também foi um pouco mais frequente do que no estado como um todo, informado por 13,4% dos escolares de 13 a 17 anos. Foi mais relatado pelas mulheres (16,6%) do que pelos homens (10,2%) e por estudantes da rede pública (14,3%) do que privada (11,3%).

Álcool, drogas e cigarro

Em 2019, 6 em cada 10 estudantes baianos de 13 a 17 anos já tinham experimentado bebida alcóolica alguma vez na vida (60,6% do total).

Embora a proporção seja elevada, considerando que o consumo e a venda de bebida alcoólica são proibidos por lei para menores de 18 anos, foi menor do que a nacional (63,3%) e era apenas a 15ª entre as 27 unidades da Federação. Rio Grande do Sul (74,2%), Santa Catarina (73,8%) e Paraná (70,2%) lideravam.

Na Bahia (assim como no país como um todo), o percentual de escolares de 13 a 17 anos que já haviam bebido álcool era bem maior entre as mulheres (64,9%) do que entre os homens (55,8%). O índice também era um pouco mais alto entre os estudantes da rede privada de ensino (61,1%, frente a 60,5% na rede pública).

A experimentação de álcool entre escolares era ainda mais comum na capital do que no estado como um todo. Em Salvador, em 2019, 68,2% dos estudantes de 13 a17 anos (7 em cada 10) já tinham consumido bebida alcoólica alguma vez.

A proporção também foi maior entre as mulheres (71,5% contra 64,7% dos homens), mas, ao contrário do registrado na Bahia como um todo, o indicador foi levemente superior entre os estudantes da rede pública (68,4%, contra 67,5% na rede privada).

Quase 1 em cada 3 escolares baianos que haviam experimentado bebida alcóolica alguma vez fez isso antes dos 13 anos de idade (32,6% dos que tinham provado). A experimentação precoce também foi mais frequente entre as mulheres (36,2% das que experimentaram fizeram isso antes de 13 anos) do que entre os homens (28,6%) e entre estudantes da rede privada (34,4% contra 32,4% na rede pública).

A proporção de escolares que experimentaram álcool antes dos 13 anos era discretamente maior em Salvador (33,7% dos que já tinham consumido alguma vez), sendo também superior entre as mulheres (34,8% contra 32,5% dos homens) e entre os estudantes da rede privada (34,2% contra 33,5% na rede pública).

O contato com a bebida alcoólica não era algo tão esporádico para 26,8% dos estudantes baianos entre 13 e 17 anos, que disseram ter consumido álcool nos 30 dias anteriores à entrevista da PeNSE.

Em Salvador, a proporção de adolescentes que haviam bebido recentemente foi de 34,3%, 4a maior do Brasil, abaixo apenas de Porto Alegre/RS (37,6%), Campo Grande/MS (34,6%) e Florianópolis/SC (34,4%).

Tanto no estado quanto na capital, entre os estudantes de 13 a 17 anos que declararam ter consumido bebida alcóolica recentemente, a forma mais comum de conseguir essa bebida foi em festas - informada por 32,7% dos que tinham bebido recentemente na Bahia e por 34,1% em Salvador.

A segunda forma mais frequentes de conseguir bebida alcóolica foi comprando em loja, mercado, bar, botequim ou padaria, informada por 24,1% dos escolares baianos que tinham bebido recentemente e por 29,8% dos soteropolitanos.

Relações Sexuais

Em 2019, 35,0% dos escolares de 13 a 17 anos na Bahia já haviam tido alguma relação sexual. O percentual estava bem próximo do nacional (35,4%) e era apenas o 15º entre os 27 estados, num ranking liderado por Amazonas (45,8%), Amapá (45,6%) e Acre (43,8%).

O percentual de escolares que já haviam tido relação sexual era bem maior entre os homens (40,8%) do que entre as mulheres (29,8%). Havia desigualdade importante também entre estudantes da rede pública (36,3%) e da rede privada (25,1%).

Quase 4 em cada 10 escolares baianos que já haviam feito sexo alguma vez na vida tiveram a primeira relação antes dos 13 anos de idade (39,6% dos que haviam tido alguma experiência). O percentual de iniciação sexual precoce na Bahia era um pouco maior que o nacional (36,6%) e o 9º mais elevado do país.

Também era significativamente maior entre os homens (44,8% dos que já tinham tido relação sexual começaram antes dos 13 anos) do que entre as mulheres (33,1%) e entre estudantes de escolas públicas (40,2%, frente a 32,6% na rede privada).

Dentre os adolescentes que já haviam feito sexo, 40,0% (4 em cada 10) não utilizaram camisinha na primeira relação, percentual que não mudava muito quando a pergunta dizia respeito à relação sexual mais recente que haviam tido (38,8% não tinham feito uso de camisinha nessa ocasião).

Em 2019, na Bahia, 1 em cada 10 estudantes mulheres de 13 a 17 anos que haviam tido relação sexual contou ter já ter engravidado (12,1%). O percentual estava bem acima do nacional (7,9%) e era o 5o maior entre os estados, num ranking liderado por Alagoas (15,3%), Maranhão (13,3%) e Acre (12,8%).

Havia uma desigualdade marcante entre o percentual de moças que já haviam ficado grávidas entre as alunas da rede pública (13,0%) e particular (1,7%).

Em 2019, Salvador tinha, entre as capitais, o 3º maior percentual de escolares de 13 a 17 anos que já haviam iniciado a vida sexual (39,9% ou 4 em cada 10), atrás de Macapá/AP (44,8%) e Manaus/AM (43,2%) e empatada com Rio Branco/AC (39,9%).

O percentual de adolescentes que já haviam tido alguma relação sexual também era bem maior entre os homens (45,7% frente a 34,4% das mulheres) e entre estudantes da rede pública (44,3% frente a 28,3% na rede particular).

Já a iniciação sexual antes dos 13 anos era um pouco menos comum na capital do que no estado como um todo, informada por 36,3% dos adolescentes que já haviam feito sexo alguma vez, sendo 46,2% entre os rapazes e 23,8% entre as moças. Também havia desigualdade importante por rede de ensino, com alunos das escolas públicas mostrando um maior percentual (39,2%, frente a 24,5% na rede privada).

Na capital, o uso da camisinha não ocorreu na primeira relação sexual para 42,8% dos adolescentes. Na relação mais recente, 43,4% não usaram camisinha.

Salvador tinha, em 2019, o maior percentual entre as capitais de adolescentes mulheres que já havia engravidado: 13,0% das que já haviam tido relação sexual.

Assim como no estado em geral, havia uma desigualdade muito grande entre alunas da rede pública (onde 15,7% já haviam engravidado) e privada (2,2%).

Saúde mental

Em 2019, 3 em cada 10 adolescentes baianos sentiam-se tristes e 2 em 10 achavam que a vida não valia a pena. 16,3% dos estudantes de 13 a 17 anos na Bahia avaliavam negativamente a sua própria saúde mental. O percentual estava abaixo do nacional (17,7%) e era 8º menor entre as Unidades da Federação.

Ainda que a autoavaliação da saúde mental fosse majoritariamente positiva no estado, 3 em cada 10 escolares afirmavam se sentir tristes na maioria das vezes ou sempre (29,6%). A proporção também ficava um pouco abaixo da nacional (31,4%) e era a 5ª menor entre as unidades da Federação.

Sentir-se triste era um problema muito mais frequente entre as mulheres. Na Bahia, afetava 4 em cada 10 escolares do sexo feminino (41,2%), muito mais que o dobro do percentual de homens (16,8%). Não havia diferença marcante no percentual de estudantes que diziam se sentir tristes na rede pública (29,7%) ou privada (29,0%).

O percentual de escolares que se sentiam tristes na maioria das vezes ou sempre era mais alto em Salvador: 34,8% (9º maior entre as capitais). Essa condição afetava quase metade das escolares mulheres (48,7%) e 1 em cada 5 rapazes (20,2%).

Estudantes da rede pública na capital relataram uma ocorrência maior do problema (37,0%) do que na rede privada (28,9%).

Num sentimento ainda mais extremo, em 2019, 2 em cada 10 escolares de 13 a 17 anos de idade na Bahia sentiam que a vida não valia a pena ser vivida na maioria das vezes ou sempre (21,1%). O percentual ficava bem próximo ao nacional (21,4%) e era o 10º menor entre os estados.

Mais uma vez, as mulheres informaram muito mais a sensação de que a vida não valia a pena (28,7%) do que os homens (12,7%). O sentimento também era mais frequente entre estudantes da rede pública (21,5%) do que na rede privada (17,9%).

Em Salvador, a ocorrência frequente ou sempre do sentimento de que a vida não valia a pena ser vivida foi informada por quase 1 em cada 4 estudantes de 13 a 17 anos (24,2%). Era o 8º percentual entre as capitais.

O problema também afetava muito mais as mulheres (32,5%) do que os homens (15,5%) e era mais frequente entre escolares da rede pública (26,6%) do que na rede privada (17,8%).
 

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