Lula faz primeira reunião geral de campanha e admite falhas nas redes sociais
Encontro também discutiu o papel que cada partido na coligação
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A primeira reunião com a coordenação geral da pré-campanha para discutir o papel que cada partido da coligação terá, a conjuntura atual e os próximos passos, foi realizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), nesta segunda-feira (23).
presidentes do PT, Solidariedade, PSOL, PC do B, PV e Rede, além de representantes das siglas, como os ex-governadores Márcio França (PSB) e Wellington Dias (PT), o ex-ministro Luiz Dulci e o líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL), estiveram presentes no evento.
Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Paulo Rocha (PT), os prefeitos João Campos (PSB-PE) e Edinho Silva (PT-SP), os deputados federais Rui Falcão (PT-SP), Ivan Valente (PSOL-SP), Paulo Teixeira (PT-SP) e Reginaldo Leite (PT-MG) também fizeram parte da reunião, que ocorreu em um hotel de São Paulo.
Na ocasião, Lula descreveu Alckmin como um "vice dos sonhos" e afirmou que não achava que encontraria um vice tão qualificado quanto José Alencar, mas agora teria mudado de opinião.
De acordo com o deputado federal Ivan Valente, Lula lembrou que tem sido cobrado a apresentar novidades em seus discursos, em vez de falar de sua gestão passada. Entretanto, o ex-presidente afirmou que o novo hoje é a volta da valorização do salário mínimo e da retomada do papel do estado como indutor do crescimento social e econômico. Lula voltou a se manifestar contra a privatização de Eletrobras e Petrobras.
Gleisi Hoffmann, que também esteve presente, criticou à imprensa, o comportamento de Bolsonaro e afirmou que a campanha deste ano será "muito judicializada por conta das barbaridades que eles fazem". "Espero que as instituições, principalmente o TSE [Tribunal Superior Eleitoral], tomem medidas firmes em relação a fake news e a propagação de fake news", disse.
Gleisi disse ainda que a coordenação da pré-campanha ainda não discutiu uma eventual aproximação com o ex-governador João Doria, que anunciou nesta segunda que não irá mais concorrer à Presidência.
"Não somos contra conversar com ninguém que se coloca nesse campo democrático, mas isso ainda não foi discutido", afirmou.
Antes da realização do encontro, aliados de Lula afirmaram que era possível antecipar o resultado das eleições para o primeiro turno e disseram que era preciso ampliar as alianças —para além do campo da esquerda.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que mantém diálogo com candidaturas de nomes como Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) e que é preciso "sentar à mesa com todos os partidos em defesa da democracia".
"O resultado dessas eleições não será aceito por Jair Bolsonaro. Derrotá-lo no primeiro turno é uma necessidade para a democracia brasileira, é civilizatória. Não sei se conseguiremos, não quero subestimar", disse o parlamentar.
Ainda hoje, será realizada reunião de trabalho com representantes dos partidos sobre áreas temáticas da pré-campanha, como agenda, finanças, comunicação, mobilização e programa de governo.
Cada um desses temas será discutido em pequenos grupos. A ideia é que eles dialoguem com a coordenação da pré-campanha ao longo deste ano. As informações são da Folha de S. Paulo.