Mais ambição no combate ao aquecimento global

Parlamentares e representantes da sociedade civil consideraram pouco ambiciosas as propostas que o Brasil vai levar à Conferência do Clima (Cop 26), entre 31 de outubro a 12 de novembro na Escócia. Em debate na Comissão de Meio Ambiente da Câmara na última sexta-feira (8), o grupo também apontou descompasso entre o discurso do governo em fóruns internacionais e as políticas ambientais.

A cúpula do clima acontece na cidade Glasgow e tem como principal objetivo a implementação do chamado Acordo de Paris, que prevê compromissos com a redução na emissão de gases do efeito estufa.

Em suma, serão 12 dias em que representantes dos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) ficarão reunidos em terras escocesas para estabelecer novas metas e estratégias capazes de frear o avanço de um inimigo comum: a emergência climática. 

Na audiência pública da semana passada no Brasil, no alinhamento dos compromissos do país para minimizar as consequências das mudanças climáticas, Paulino de Carvalho Neto, secretário de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania do Ministério das Relações Exteriores, lembrou a pequena contribuição dos países em desenvolvimento classificou a Contribuição Nacionalmente Determinada (CND) brasileira como ‘ambiciosa’.

Com base nos números de 2005, as metas são de reduzir as emissões em 37% até 2025 e em 43% até 2030, além de antecipar, de 2060 para 2050, a chamada “neutralidade climática”.

O representante do Itamaraty também chamou a atenção para a demanda por investimentos externos, o chamado ‘financiamento climático’, que consideram desatualizados. Mas afunilar a questão para a necessidade de mais verba para salvar o planeta é um tanto tacanho e descabido.

O compromisso só será exitoso e comprovadamente ‘ambicioso’ se o país levar mais a sério a redução de emissão de gases do efeito estufa e elaborar novas estratégias para mitigar o aquecimento global.