Minoritários da JBS exigem que irmãos Batista devolvam bilhões à empresa
Batalha judicial envolve perdas reveladas na delação feita na Lava Jato
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Os acionistas minoritários da JBS exigem que a holding J&F, controlada pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, devolva cerca de R$ 10 bilhões à empresa. Após perder um processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o grupo de acionistas avalia recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). A batalha judicial decorre de perdas reveladas pela operação Lava Jato e supostas irregularidades na compra da Bertin. A informação é do portal UOL.
Em 2017, os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F, firmaram um acordo de delação premiada com o Ministério Público. Na delação, eles apresentaram pagamento de propina a diversos agentes públicos por meio de emissão de notas fiscais frias da JBS e pagamentos em espécie. O acordo determinou que a J&F pague uma multa de R$ 10,3 bilhões ao Tesouro Nacional e empresas públicas lesadas.
A delação também trouxe à tona detalhes sobre a aquisição da Bertin. A empresa de carnes foi adquirida pela JBS em 2010. No entanto, cerca de 85% do fundo que detinha a Bertin foi vendido para uma empresa chamada Blessed Holding em duas transações de US$ 10 mil cada, o equivalente a R$ 17 mil na época. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), essa parcela da empresa valeria cerca de R$ 7,4 bilhões. Em 2017, com a delação, ficou confirmado que a Blessed pertencia à família Batista.
A CVM iniciou investigação sobre o caso Bertin e negou proposta dos Batista. No processo, Wesley e Joesley Batista são investigados sob suspeita de terem ordenado "a realização de operações caracterizadas, em tese, como fraudulentas" na incorporação da Bertin. Ao negar a proposta, a CVM avaliou que há evidências de que foi montada uma estrutura que "teria causado prejuízos aos acionistas minoritários" da JBS.