Moraes vota para negar recursos que buscam interromper investigações contra Bolsonaro
No entanto, pedidos de vista do ministro André Mendonça suspenderam os julgamentos
Foto: Carlos Moura/SCO/STF
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, votou nesta sexta-feira (12) para negar os recursos que questionam duas investigações que apuram a conduta do presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes é relator das duas apurações e seus votos ocorreram no início do julgamento dos temas no plenário virtual, suspenso minutos depois pelo pedido de vista do ministro André Mendonça.
Na ocasião, os ministros analisavam o recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra decisão de Moraes que determinou abertura de inquérito para apurar uma fala de Bolsonaro que ligou a vacina contra a Covid-19 ao risco de contrair HIV e o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) contra decisão de Moraes que determinou que a Polícia Federal elabore um relatório sobre as mensagens, obtidas após quebra de sigilo, no inquérito que apura o vazamento de dados sigilosos pelo presidente.
Em agosto de 2021, o presidente divulgou nas redes sociais a íntegra de um inquérito da Polícia Federal que apura suposta invasão ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018. No voto, Moraes afirmou que a divulgação dos dados sigilosos tinha o objetivo de tumultuar o processo eleitoral.
“Não havendo dúvidas, portanto, de que a divulgação de dados de inquérito sigiloso da Polícia Federal pelo presidente da República, através de perfis verificados nas redes sociais, teria o objetivo de expandir a narrativa fraudulenta que se estabelece contra o processo eleitoral brasileiro, com objetivo de tumultuá-lo, dificultá-lo, frustrá-lo ou impedi-lo, atribuindo-lhe, sem quaisquer provas ou indícios”, escreveu o ministro.