Editorial

O diplomático e morno discurso de Biden sobre o conflito no Leste Europeu

Confira o nosso editorial desta quarta-feira (2)

Por Da Redação
Ás

O diplomático e morno discurso de Biden sobre o conflito no Leste Europeu

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O discurso do presidente norte-americano Joe Biden contra os ataques deliberados pelo mandatário russo Vladmir Putin foi, aparentemente, duro, com palavras de ordem e às vezes ameaçadoras, sempre indo para o lado de sanções e mais uma vez se abstendo de falar em participação do país neste conflito com o envio de tropas. 

Biden fez um discurso moderado, ponderado, típico dos EUA, em esperar um pouco mais da movimentação geopolítica no Leste Europeu para, então, buscar protagonismo na questão.

Aliás, este era mesmo o tom esperado no primeiro discurso de Biden no chamado Estado da União, o tradicional pronunciamento do presidente nos EUA - que acontece uma vez por ano - no Congresso.

Para o democrata, no entanto, sua mensagem sobre o complexo e não raramente ainda obscuro conflito entre Rússia e Ucrânia foi “útil”. Mas se posicionou, diferente do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, ainda com receio – ou falta de traquejo, ou coragem, o que quer que seja – em sair do muro: “Estamos com o povo ucraniano”, disse Biden.

Biden ainda fez diversas críticas a Putin, o chamando de ditador e reforçando o que falava há semanas: é um embate premeditado. O presidente norte-americano também falou em isolamento da Rússia no plano global e de um suposto ‘erro de cálculo’ do russo para justificar o imbróglio do conflito, que Biden aponta como resistência ucraniana para defender Kiev, a capital da Ucrânia.

A medida mais enfática – mas nem tanto –, anunciada no discurso, é sobre o fechamento do espaço aéreo dos Estados Unidos para todos os voos russos e, como não poderia deixar de ser, deu garantias de que defenderá “cada centímetro” de território de países da sua aliada Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) num eventual ataque russo. Eis o cerne deste conflito, aliás.

Um discurso diplomático morno, num momento de baixa popularidade para Biden, que precisa primeiro lidar com um quadro de inflação — histórica — nos Estados Unidos, para depois poder pensar no país como uma máquina de guerra.

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