Vídeo: Paulo Gonet afirma que ‘organização criminosa’ liderada por Bolsonaro sustentou tentativa de golpe
De acordo com o procurador-geral da República, a organização do crime começou em 2021

Foto: Antonio Augusto/STF
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou nesta terça-feira (25), durante o julgamento da denúncia apresentada por ele no mês passado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, que uma organização criminosa foi criada para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
No início da fala, Gonet detalhou a acusação e destacou que o grupo, supostamente liderado por Bolsonaro e pelo ex-candidato a vice-presidente, general Walter Braga Netto, "documentou o projeto" por meio de manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam a intenção de romper a ordem democrática.
“A denúncia retrata acontecimentos protagonizados pelo agora ex-presidente Jair Bolsonaro, que formou, junto a outros civis e militares, uma organização criminosa com o objetivo de criar justificativas para sua permanência no poder, independentemente do resultado das eleições de 2022”, afirmou Gonet.
Segundo ele, os membros da organização crimonosa “aceitaram, estimularam e praticaram atos previstos na legislação penal como atentados contra a existência e independência dos Poderes e contra o Estado Democrático de Direito”.
Assim como na estrutura da denúncia apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral conectou diferentes episódios que, na avaliação dele, culminaram no plano golpista.
A cronologia começa em 2021, quando, segundo Gonet, teve início o discurso de “ruptura institucional” liderado por Bolsonaro. Os fatos se encadeiam até 8 de janeiro, considerado o “ato final” do movimento golpista.
“Os delitos descritos na denúncia não ocorreram de forma isolada. Eles fazem parte de uma sequência de acontecimentos articulados com o objetivo de, por meio de força ou sua ameaça, impedir que o presidente da República, Jair Bolsonaro, deixasse o poder ou retornasse a ele, desconsiderando o resultado das eleições”, defendeu.
Confira o discurso: