PF faz operação para investigar uso irregular de sistema de geolocalização pela Abin
Ao todo, 25 mandados de busca e apreensão são cumpridos em quatro estados e no Distrito Federal
Foto: Divulgação/PF
A Polícia Federal deflagrou, nesta manhã de sexta-feira (20), a Operação Última Milha, que investiga o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização da Justiça por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e são cumpridos nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Paraná e Distrito Federal. Ao todo, foram cumpridos dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão.
Conforme as investigações, o sistema de geolocalização usado pela Abin é um software intrusivo e a rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes. "Além do uso indevido do sistema, apura-se a atuação de dois servidores da Agência que, em razão da possibilidade de demissão em processo administrativo disciplinar, teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão", informou a PF.
De acordo com os colunistas do Metrópoles, Mirelle Pinheiro e Carlos Carone, um dos presos é Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da agência. O outro detido é o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki.
Segundo as investigações, houve múltiplas invasões à rede de telefonia, com o uso indevido do serviço adquirido com recursos públicos. Entre os alvos que teriam sido monitorados, estão jornalistas, políticos e adversários da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Os envolvidos na investigação podem ser responsabilizados, de acordo com suas respectivas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.