Plutão pode ter conservado um oceano

Plutão pode ter tido tido um início incandescente de um oceano que deve ter surgido quando ele se formou, o que poderia aumentar as chances de sustentar vida. Um estudo publicado no jornal Nature Geoscience questiona se Plutão realmente deu origem a partir do Cinturão de Kuiper, um anel de objetos gelados além da órbita de Netuno.

"Quando olhamos para Plutão hoje, vemos um mundo congelado, com uma temperatura superficial de cerca de -228 °C. Acho incrível que, analisando a geologia registrada em sua superfície, possamos deduzir que Plutão teve uma formação rápida e violenta, que aqueceu o interior o suficiente para formar um oceano subterrâneo", disse Bierson ao site Space.

O cientista e coautor do estudo, Francis Nimmo, conta que há como comparar os modelos de evolução. "Agora que temos imagens da superfície de Plutão na missão New Horizons da NASA, podemos comparar o que vemos com as previsões de diferentes modelos de evolução térmica", explicou.

Com as imagens capturadas pela sonda em 2015, os três cientistas que participam do estudo analisaram os padrões surgidos na superfície do planeta que seriam condizentes com o congelamento e a posterior liquefação da água, a compressão e expansão.

Foram achadas evidências de que o nascimento de Plutão se deu rápida e violentamente, com rochas colidindo e se fundindo com o calor do impacto, que rapidamente se dissiparia, e a crosta, congelando, teria na superfície, marcas desse processo. 

"Se sua formação fosse fria e o gelo derretesse internamente, Plutão teria se contraído, deixando marcas de compressão em sua superfície. Se seu início fosse quente, ele se expandiria à medida que seu oceano congelasse; veríamos características de extensão na superfície. Encontramos muitas evidências de expansão, mas não vemos nenhuma de compressão, então as observações são mais consistentes com Plutão começando com um oceano líquido", disse o cientista.