Vídeo: Delegado Rivaldo Barbosa diz nunca ter tido contato com irmãos Brazão
Ex-chefe da Polícia Civil do RJ foi uma das testemunhas do processo de cassação contra Chiquinho Brazão
Foto: Laiz Menezes/Farol da Bahia
BRASÍLIA -- O delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, disse, nesta segunda-feira (15), que nunca teve contato com o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do RJ. A declaração foi dada durante testemunho no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados.
Os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos em março deste ano após o inquérito da Polícia Federal (PF) apontar que eles foram os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, em 2018. Segundo a PF, o delegado teria orientado o crime e atrapalhado as investigações.
Durante testemunho, Rivaldo Barbosa declarou que não teve nenhum contato com os irmãos Brazão. "Olha, desde o dia que eu nasci, eu nunca falei com nenhum irmão Brazão. Eu não existo pra eles e nem eles pra mim", disse. "Única coisa que fiz foi indicar o delegado que prendeu o Roni Lessa com provas técnicas", acrescentou, citando o delegado Giniton Lages, que iniciou a investigação sobre o assassinato de Marielle e também é acusado de ter mudado o curso da apuração do caso para proteger os mandantes.
A relatora do caso no Conselho de Ética, deputada Jack Rocha (PT-ES), perguntou ao delegado como funciona a atuação da milícia no estado do RJ. Rivaldo Barbosa respondeu que a milícia é "um câncer, um mal, uma coisa muito horrível, que faz com que mortes aconteçam. Eu lutei muito contra essa milícia e hoje estou aqui em razão disso. A milícia hoje no Rio de Janeiro é um câncer que faz com que muitas pessoas sejam mortas, inclusive a vereadora Marielle e o motorista Anderson”, afirmou.
Barbosa também foi perguntado se, durante a investigação, foi encontrada alguma evidência que ligasse Chiquinho Brazão à milícia ou ao assassinato de Marielle. O delegado alegou que era chefe da Polícia Civil e tinha mais de 170 delegacias para comandar, por isso, não acompanhou detalhes do caso da vereadora.
"Essa pergunta deve ser feita ao delegado Giniton Lages, que conduziu a investigação. A única coisa que eu sei é que todos foram investigados, inclusive os irmãos.Toda linha que apareceu foi investigada. Houve quebra de sigilo dos irmãos e da família toda, mas eu nunca tive contato com esses dois, com todo respeito que tenho a eles", argumentou o delegado.
Na sessão do Conselho de Ética, Rivaldo Barbosa alegou, diversas vezes, que não tem nenhuma relação com o assassinato de Marielle e que foi preso de forma injusta.
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