Vídeo: Em Brasília, Atan Uber participa de debate na Câmara e critica PL dos motoristas: ‘vem apenas para prejudicar’
Ao Farol da Bahia, influencer baiano destaca pontos negativos da proposta
Foto: Laiz Menezes/Farol da Bahia
BRASÍLIA -- Atan Gama, que trabalha como motorista de aplicativo e influencer em Salvador, participou da comissão geral da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (17), para debater o Projeto de Lei Complementar (PLP 12/2024), que prevê a regulamentação do trabalho dos motoristas de aplicativo. Em entrevista ao Farol da Bahia, em Brasília, o baiano destacou os pontos negativos da proposta e pontuou que a categoria não pôde falar durante a sessão: “não tivemos vozes”.
O deputado Daniel Agrobom (PL-GO) solicitou uma comissão geral para esta quarta-feira (17) com o objetivo de debater o PLP 12/2024. O debate aconteceu no Plenário Ulysses Guimarães, às 10h, e contou com a presença de motoristas de aplicativo de vários estados do Brasil.
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Segundo o motorista, conhecido como Atan Uber, um dos principais pontos criticados pelos trabalhadores é o valor fixo do salário, que, segundo a matéria, deverá ser calculado em cima da hora trabalhada. O texto detalha que o valor mínimo será R$32,19 em cima da hora rodada. De acordo com o baiano, no entanto, a remuneração deveria ser obtida de acordo com a quilometragem rodada em cada viagem.
“Vem apenas para prejudicar o motorista. O intuito da PLP é fazer com que nós trabalhemos 8 horas, mínima, e até 12 horas, no máximo, para ganhar um valor fixo. Nós somos motoristas de aplicativo, esse valor fixo não é viável pra gente, não é viável para nós. Ou seja, pneu é quilometragem, óleo é quilometragem, combustível é quilometragem. Nós ganhamos por quilometragem. Então, uma PL que seja favorável para um motorista por aplicativo tinha que ser um PL que pagasse por quilometragem, que é essencial para a gente poder estar tendo um ganho viável, um ganho justo”, declarou.
Atan ainda criticou a forma que os motoristas de aplicativo foram recebidos no plenário da Câmara dos deputados. “Infelizmente, nós aqui dentro hoje não tivemos vozes. Eu nunca tinha vindo pra cá, é a minha primeira vez, e falaram para mim também que foi a primeira vez que aconteceu de um cidadão entrar lá no plenário sem o seu telefone. O telefone foi barrado, tiraram o telefone da gente”, disse. “Lá a gente não podia bater palma, lá a gente não podia gritar nem nada, só podia só ver e ficar calado e escutar o que os deputados tinham pra falar pra gente”, complementou o motorista.
Ainda de acordo com o influenciador, que conta com mais de 200 mil seguidores nas redes sociais, os motoristas defendem o Projeto de Lei 536/2024, que também prevê a regulamentação do trabalho de motoristas de aplicativo. “É uma PL que está dando, de início, R$1,80 por quilômetro, e 40 centavos por minuto”, concluiu.
A proposta, de autoria do deputado Daniel Agrobom (PL-GO), está em tramitação e aguarda parecer da relatoria na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços (CICS).
Veja a entrevista com Atan Uber: