Cabral relatou repasse de R$ 25 milhões para filho de ministro do STJ para PF
Inquérito foi arquivado pela STF a pedido de Aras
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De acordo com informações da coluna de Bela Megale, do jornal O Globo, um dos inquéritos abertos com base na delação premiada do ex-governador Sergio Cabral envolveu o pagamento de R$ 25 milhões ao advogado Eduardo Martins, filho do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Humberto Martins. A abertura da investigação, porém, já foi arquivada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.
Cabral relatou em sua delação com a Polícia Federal ter ouvido do ex-presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, que este pagou cerca de R$ 25 milhões ao escritório de Eduardo Martins entre 2014 e 2015. Seu objetivo seria retomar o comando do Sesc e do Senac do Rio de Janeiro. Os repasses, de acordo com Cabral, aconteceram via contratação do escritório pela Fecomércio-RJ.
O ex-governador afirmou aos investigadores que Diniz tinha dito que “havia gasto dezenas de milhões de reais com o pagamento de vantagens indevidas por intermédio de escritórios de advocacia que tinham interlocução com ministros do STJ para a retomada do comando do Senac-RJ e do Sesc-RJ". Entre esses escritórios, segundo Cabral, estava o de Eduardo Martins, que atuava como “ponte” com seu pai e também com o ministro do STJ Napoleão Nunes Maia.
O ex-governador relatou que Diniz lhe confidenciou ter repassado R$ 15 milhões ao escritório de Eduardo Martins no primeiro semestre de 2014 para retomar o comando das duas entidades, além de R$ 10 milhões no final de 2015 para reassumir a presidência do Sesc/RJ. Disse, porém, que conseguiu recuperar apenas o Senac/RJ. Procurado pelo jornal, Humberto Martins afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não tem nada a declarar” e que a investigação foi arquivada a pedido de Augusto Aras.