Vacinação contra HPV tem baixa adesão no Brasil e preocupa autoridades de saúde
Ofertada de graça pelo SUS, a vacinação ainda não alcançou índices esperados
Foto: Tony Winston/Agência Saúde
A vacinação contra o HPV, essencial para prevenir diversos tipos de câncer, enfrenta resistência para adesão no Brasil. De 2018 a 2024, somente 75,61% das meninas receberam a 1ª dose e apenas 58,19% retornando para completar o esquema vacinal, de acordo com o Ministério da Saúde. No caso dos meninos, o déficit é ainda maior: 52,86% receberam a 1ª dose e 33,12% voltaram para tomar a 2ª dose.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) espera que pelo menos 90% das meninas sejam vacinadas até os 15 anos com o esquema completo de duas doses. Apesar de ser oferecida gratuitamente pelo SUS desde 2014, inicialmente para meninas e posteriormente para meninos a partir de 2017, a vacinação ainda não alcançou os índices esperados, principalmente, entre os meninos.
Entre as razões para a baixa adesão, especialistas apontam a desinformação como principal obstáculo. A ginecologista Renata Bonaccorso Lamego destaca a existência de mitos em relação à vacina, associando-a a efeitos colaterais não comprovados.
"É fundamental combater essas falsas informações por meio de campanhas de conscientização e diálogo com profissionais de saúde", alegou.
A ginecologista ainda afirmou que a vacinação contra o HPV é crucial, pois o vírus está diretamente relacionado a 90% dos casos de câncer de útero, câncer de pênis e câncer de orofaringe.
"A conscientização sobre a importância da vacinação e a compreensão de que ela pode prevenir essas doenças graves são essenciais para aumentar a adesão."